18 de abr. de 2012

A ORIGEM DO LIVRO DE URÂNTIA


Desde 1955 vem sendo editado nos Estados Unidos "O Livro de Urântia", uma revelação divina de 2100 páginas, apresentada por 24 personalidades celestiais. Esse belíssimo Livro descreve a Divindade e a evolução de toda a Criação, desde a Ilha do Paraíso e os mundos perfeitos de Havona até além dos 7 superuniversos do tempo-espaço, cada um deles com 100 mil universos locais. No sétimo superuniverso (Orvônton, uma elipse com 500 mil anos-luz de diâmetro maior) encontra-se o nosso universo de Nébadon, governado por Cristo Micael (Filho Criador Maior Micael de Nébadon) e pela Ministra Divina de Sálvington, Filha do Espírito Infinito, com o auxílio de seu primogênito Gabriel. As 700 páginas finais do Livro relatam a vida de Jesus entre nós, a religião viva, que pretendemos sintetizar posteriormente.




 por Meredith J. Sprunger

Anos de experiência revelam que a primeira coisa que as pessoas desejam saber sobre O Livro de Urantia, é quem o escreveu. Quais foram as circunstâncias de sua origem? De pouco serve dizer-lhes que o livro deve ser julgado pelo seu conteúdo, e não por declarações de autoria literária. Devido às condições de nossa cultura, naturalmente nos inclinamos a depender de fontes e autoridade para avaliar publicações. A literatura religiosa, em particular, é avaliada deste modo.

A autenticidade de indivíduos, grupos religiosos, ou da literatura que declara a autoridade da revelação é sempre questionada. A autoridade nunca é um critério filosófico da verdade. Só há duas formas de abordar esta pergunta.

Primeiro pode se fazer um juízo pessoal baseado na qualidade do material que está sendo avaliado. A outra forma de estabelecer a autenticidade da revelação é mediante a opinião da sociedade através de anos de experiência histórica. A tradição social é uma influência poderosa. Mesmo quando os eruditos Bíblicos, como Rudolf Bultmann declaram que nosso confiável conhecimento histórico é tão pobre que "Quase nada podemos saber acerca da vida e personalidade de Jesus", poucas pessoas ficam preocupadas por tais declarações. Nossa experiência histórica tem validado socialmente a qualidade do Novo Testamento.

Atualmente, não existem tradições sociais vinculadas com O Livro de Urantia. Ele deve ser analisado e avaliado pela qualidade de seu conteúdo. Embora exista pouca relevância em se determinar a qualidade do livro, existe duas fontes de informação relativas a sua origem.


A explicação do autor

A primeira consideração acerca da origem do Livro de Urantia se encontra dentro de suas próprias páginas. Nos é dito que os documentos foram autorizados por autoridades da alta deidade e escritos por numerosas personalidades supra mortais. Estes documentos são designados como a Quinta Revelação Epocal para nosso planeta, Urantia. Datadas desde 1934 d.C., as cinco revelações epocais são:

1.      1.      Dalamatia há 500.000 anos.
2.      2.      Adão e Eva há 37.848 anos.
3.      3.      Melquisedeque em 1980 a.C.
4.      4.      Jesus 7 a.C.
5.      5.      O Livro de Urantia 1934-1935 d.C.

Os autores (reveladores) reconhecem a dificuldade de descrever as realidades da eternidade na linguagem do tempo. Nos é dito que severas limitações foram postas ao conhecimento no qual foram permitidos compartilhar conosco. Eles explicam que toda revelação espaço-temporal é parcial e incompleta, necessitando periodicamente ser incrementada no processo de desenvolvimento planetário.

Em termos gerais, os autores discutem os problemas de comunicação que encontraram entre seu nível espiritual de realidade do universo e o nosso nível material de existência mortal. Eles revelam que fizeram contato através do  Ajustador do Pensamento (espírito de Deus interior) de um ser humano particular em nosso mundo. Nos é assegurado, entretanto, que esta técnica de comunicação do Ajustador do Pensamento não está relacionada com o "espiritismo", "mediunidade" ou "canalização". Os detalhes específicos não são discutidos.


A história humana

A segunda fonte de informação relativa à origem do Livro de Urantia é a parte humana da história.
Subseqüente a minha descoberta do livro em dezembro de 1955, e após apresentá-lo a alguns de meus amigos clérigos, passamos anos investigando o aspecto humano da origem do livro. A seguinte informação resume nossos achados.

Descobrimos rapidamente que os documentos foram recebidos por um pequeno grupo de pessoas em Chicago. Seu líder era o Dr. William S. Sadler. Dr. Sadler era um psiquiatra altamente respeitado que lecionava na Post-graduate School of Medicine, na Universidade de Chicago. Por quase trinta anos ele foi também conferencista em "Consultoria Pastoral" no Seminário Teológico McCormick.

Dr. Sadler disse-me que em meados de 1920, um grupo de pessoas de todos os tipos de vida, reunia-se em sua casa para debater sobre tópicos psicológicos e médicos. Este grupo foi conhecido como "o Foro". Através de uma série de eventos neste grupo de discussão, foram estabelecidas comunicações entre os reveladores e membros do Foro, por meio da Comissão de Contato. Muito mais tarde, os membros do Foro criaram a Fundação Urantia e publicaramO Livro de Urantia.

Dr. Sadler examinava candidamente qualquer questão que nós perguntávamos a ele, mas ele não quis falar sobre duas coisas: o nome do indivíduo cujo Ajustador do Pensamento foi usado na materialização dos escritos de Urantia e a forma extraordinária em que eles apareceram. Dr. Sadler disse que eles foram solicitados a fazer votos de segredo com respeito a estes dois temas. Quando eu perguntei por que essas restrições lhes foram impostas, ele me apresentou as seguintes razões:

1.                "A principal razão para não revelar a identidade da pessoa de contato, é que os reveladores não querem que nenhum ser humano - nenhum nome humano - jamais seja associado ao Livro de Urantia. Eles querem que esta revelação se sustente com suas próprias declarações e ensinamentos. Eles estão determinados a que gerações futuras tenham o livro inteiramente livre de toda e qualquer ligação mortal - não querem um São Pedro, São Paulo, Lutero, Calvino ou Wesley. O livro não tem nem mesmo o nome ou alguma marca do tipógrafo que o trouxe a existência".

2.                "Há muita coisa sobre a aparição dos escritos de Urantia que nenhum ser humano compreende totalmente. Ninguém sabe exatamente como foi executado este fenômeno. Há numerosos elos perdidos na história de como esta revelação veio a aparecer escrita em inglês. Se alguém dissesse tudo o que sabe realmente sobre esta técnica e os métodos empregados na obtenção desta revelação, tal narração não satisfaria a ninguém, existem muitos elos perdidos".

Nosso grupo de ministros descobriu uma possível referência ao indivíduo envolvido de alguma maneira na materialização do Livro de Urantia. Isso é encontrado no apêndice do livro de Sadler, "The Mind at Mischief", publicado em 1929. Diz:

"Dezoito anos de estudo e cuidadosa investigação fracassaram em revelar a origem psíquica destas mensagens. Encontro-me neste momento, justamente onde estava quando comecei. Psicanálise, hipnotismo e comparação intensiva fracassaram em mostrar que as mensagens escritas ou ditadas por este indivíduo tiveram origem em sua própria mente. Muito do material conseguido através deste sujeito é bastante contrário a seu pensamento habitual, à maneira em que ele foi ensinado, e a toda sua filosofia. De fato, do muito material que conseguimos, falhamos em encontrar qualquer coisa de sua natureza existente. Seu conteúdo filosófico é muito novo, e somos incapazes de achar onde muito disso encontrou expressão humana". (p. 383).

Durante a investigação do Dr. Sadler sobre este fenômeno, ele consultou homens como Howard Thurston, o renomado artista que dedicou um tempo considerável para desmascarar médiuns e psíquicos fraudulentos. Ele também conferenciou com Sir Hubert Wilkens, o famoso cientista e explorador envolvido na investigação de fenômenos psíquicos. Eles concordaram que os fenômenos relacionado com este indivíduo não podiam ser categorizados com outros tipos de fenômenos psíquicos, tais como escrita automática, telepatia, clarividência, transes, mediação de espíritos ou personalidade dividida.

Em 7 de maio de 1948, nosso grupo de ministros se reuniu com o Dr. Sadler para conversar sobre a origem do Livro de Urantia. Ele nos deu uma listagem de papel sobre todas as formas imagináveis da mente subconsciente ou atividade psíquica. No final da planilha, uma nota dizia "A técnica da recepção do Livro de Urantia em inglês não é de forma alguma paralela ou incide em nenhum dos fenômenos da consciência marginal acima mencionados". Ele acreditava que a aparição dos escritos de Urantia estava associada a alguma forma de atividade mental supraconsciente. Em diversas ocasiões, o Dr. Sadler me disse que não sabia como a materialização fora consumada. Disse que quase tudo o que se sabia acerca da origem do livro era encontrado em vários lugares do mesmo.

Em 1939 os reveladores pediram que os líderes do Foro buscassem voluntários que quisessem se reunir a cada quarta-feira pela tarde para estudar séria e sistematicamente os escritos de Urantia. Setenta pessoas se ofereceram e tornaram-se conhecidas como "Os Setenta". Os Setenta foram treinados através de diretrizes dos reveladores e por seus próprios líderes, até o momento da publicação do Livro de Urantia. Foi dada especial ênfase ao processo evolutivo envolvido na aceitação da nova verdade. O perigo de utilizar métodos de difusão indiscriminados ou revolucionários para se apresentar a mensagem do Livro de Urantia foi frisada.

Na preparação para a publicação do Livro de Urantia, Dr. Sadler e Bill Sadler escreveram uma introdução. Numa sessão de contato lhes foi dito que embora suas intenções fossem boas, aquilo não era aceitável - "uma vela dificilmente pode iluminar o sol". No momento adequado, foram garantidos, uma introdução seria entregue. Quando receberam o Prólogo, Dr. Sadler percebeu totalmente a impropriedade de sua própria introdução.

Entretanto, eles estavam autorizados a compor um "Sumário" para o livro. Bill Sadler compilou os títulos, os cabeçalhos de seção e em várias partes do livro esquematizou algo do material, preparando assim o "Sumário". O Dr. Sadler e outros membros da Comissão de Contato me asseguraram que nenhum ser humano escreveu nenhuma parte do livro. Um indivíduo, que não era membro da Comissão de Contato, fez sugestões para "melhorar" um dos escritos e foi vigorosamente avisado de que nenhuma adição humana ao livro seria permitida. Toda as precauções foram tomadas para publicar a mensagem do texto exatamente como os reveladores o haviam dado.

Após muitos anos de estudo, eles foram autorizados a publicar o livro. Foram alertados que ainda que muitas pessoas receberiam com agrado esta extensa apresentação de verdade espiritual, a população como um todo não estava preparada para isso. A Quinta Revelação Epocal foi determinada como um fenômeno evolutivo que lentamente lançaria raízes em nossa sociedade. 


Julgue pelo Conteúdo

Os acontecimentos associados com a origem do Livro de Urantia não têm nada a ver com sua verificação da verdade ou da qualidade. Isto cada um deve julgar por seu conteúdo e o fruto espiritual que ele produz. A mensagem do Livro de Urantia tem surpreendente auto-verificação e consistência histórica-filosófica. Todavia, em última análise, o espírito interior de Deus é a realidade fundamental que deve avaliar sua mensagem.



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