Desde 1955 vem sendo
editado nos Estados Unidos "O Livro de Urântia", uma revelação divina
de 2100 páginas, apresentada por 24 personalidades celestiais. Esse belíssimo
Livro descreve a Divindade e a evolução de toda a Criação, desde a Ilha do
Paraíso e os mundos perfeitos de Havona até além dos 7 superuniversos do tempo-espaço,
cada um deles com 100 mil universos locais. No sétimo superuniverso (Orvônton,
uma elipse com 500 mil anos-luz de diâmetro maior) encontra-se o nosso universo
de Nébadon, governado por Cristo Micael (Filho Criador Maior Micael de Nébadon)
e pela Ministra Divina de Sálvington, Filha do Espírito Infinito, com o auxílio
de seu primogênito Gabriel. As 700 páginas finais do Livro relatam a vida de
Jesus entre nós, a religião viva, que pretendemos sintetizar posteriormente.
por Meredith J. Sprunger
Anos
de experiência revelam que a primeira coisa que as pessoas desejam saber sobre
O Livro de Urantia, é quem o escreveu. Quais foram as
circunstâncias de sua origem? De pouco serve dizer-lhes que o livro deve ser
julgado pelo seu conteúdo, e não por declarações de autoria literária. Devido
às condições de nossa cultura, naturalmente nos inclinamos a depender de fontes
e autoridade para avaliar publicações. A literatura religiosa, em particular, é
avaliada deste modo.
A
autenticidade de indivíduos, grupos religiosos, ou da literatura que declara a
autoridade da revelação é sempre questionada. A autoridade nunca é um critério
filosófico da verdade. Só há duas formas de abordar esta pergunta.
Primeiro
pode se fazer um juízo pessoal baseado na qualidade do material que está sendo
avaliado. A outra forma de estabelecer a autenticidade da revelação é mediante
a opinião da sociedade através de anos de experiência histórica. A tradição
social é uma influência poderosa. Mesmo quando os eruditos Bíblicos, como
Rudolf Bultmann declaram que nosso confiável conhecimento histórico é tão pobre
que "Quase nada podemos saber acerca da vida e personalidade de
Jesus", poucas pessoas ficam preocupadas por tais declarações. Nossa
experiência histórica tem validado socialmente a qualidade do Novo Testamento.
Atualmente,
não existem tradições sociais vinculadas com O Livro de Urantia.
Ele deve ser analisado e avaliado pela qualidade de seu conteúdo. Embora exista
pouca relevância em se determinar a qualidade do livro, existe duas fontes de
informação relativas a sua origem.
A explicação do autor
A
primeira consideração acerca da origem do Livro de Urantia se
encontra dentro de suas próprias páginas. Nos é dito que os documentos foram
autorizados por autoridades da alta deidade e escritos por numerosas
personalidades supra mortais. Estes documentos são designados como a Quinta
Revelação Epocal para nosso planeta, Urantia. Datadas desde 1934 d.C., as cinco
revelações epocais são:
1. 1. Dalamatia
há 500.000 anos.
2. 2. Adão
e Eva há 37.848 anos.
3. 3. Melquisedeque
em 1980 a.C.
4. 4. Jesus
7 a.C.
5. 5. O
Livro de Urantia 1934-1935 d.C.
Os
autores (reveladores) reconhecem a dificuldade de descrever as realidades da
eternidade na linguagem do tempo. Nos é dito que severas limitações foram
postas ao conhecimento no qual foram permitidos compartilhar conosco. Eles
explicam que toda revelação espaço-temporal é parcial e incompleta,
necessitando periodicamente ser incrementada no processo de desenvolvimento
planetário.
Em
termos gerais, os autores discutem os problemas de comunicação que encontraram
entre seu nível espiritual de realidade do universo e o nosso nível material de
existência mortal. Eles revelam que fizeram contato através do Ajustador do
Pensamento (espírito de Deus interior) de um ser humano particular em nosso
mundo. Nos é assegurado, entretanto, que esta técnica de comunicação do Ajustador do Pensamento não está relacionada com o "espiritismo",
"mediunidade" ou "canalização". Os detalhes específicos não
são discutidos.
A história humana
A
segunda fonte de informação relativa à origem do Livro de Urantia é
a parte humana da história.
Subseqüente
a minha descoberta do livro em dezembro de 1955, e após apresentá-lo a alguns
de meus amigos clérigos, passamos anos investigando o aspecto humano da origem
do livro. A seguinte informação resume nossos achados.
Descobrimos
rapidamente que os documentos foram recebidos por um pequeno grupo de pessoas
em Chicago. Seu líder era o Dr. William S. Sadler. Dr. Sadler era um psiquiatra
altamente respeitado que lecionava na Post-graduate School of Medicine, na
Universidade de Chicago. Por quase trinta anos ele foi também conferencista em
"Consultoria Pastoral" no Seminário Teológico McCormick.
Dr.
Sadler disse-me que em meados de 1920, um grupo de pessoas de todos os tipos de
vida, reunia-se em sua casa para debater sobre tópicos psicológicos e médicos.
Este grupo foi conhecido como "o Foro". Através de uma série de
eventos neste grupo de discussão, foram estabelecidas comunicações entre os
reveladores e membros do Foro, por meio da Comissão de Contato. Muito mais
tarde, os membros do Foro criaram a Fundação Urantia e publicaramO Livro de
Urantia.
Dr.
Sadler examinava candidamente qualquer questão que nós perguntávamos a ele, mas
ele não quis falar sobre duas coisas: o nome do indivíduo cujo Ajustador do
Pensamento foi usado na materialização dos escritos de Urantia e a forma
extraordinária em que eles apareceram. Dr. Sadler disse que eles foram
solicitados a fazer votos de segredo com respeito a estes dois temas. Quando eu
perguntei por que essas restrições lhes foram impostas, ele me apresentou as
seguintes razões:
1. "A
principal razão para não revelar a identidade da pessoa de contato, é que os
reveladores não querem que nenhum ser humano - nenhum nome humano - jamais seja
associado ao Livro de Urantia. Eles querem que esta revelação se sustente com
suas próprias declarações e ensinamentos. Eles estão determinados a que
gerações futuras tenham o livro inteiramente livre de toda e qualquer ligação
mortal - não querem um São Pedro, São Paulo, Lutero, Calvino ou Wesley. O livro
não tem nem mesmo o nome ou alguma marca do tipógrafo que o trouxe a existência".
2. "Há
muita coisa sobre a aparição dos escritos de Urantia que nenhum ser humano
compreende totalmente. Ninguém sabe exatamente como foi executado este
fenômeno. Há numerosos elos perdidos na história de como esta revelação veio a
aparecer escrita em inglês. Se alguém dissesse tudo o que sabe realmente sobre
esta técnica e os métodos empregados na obtenção desta revelação, tal narração
não satisfaria a ninguém, existem muitos elos perdidos".
Nosso
grupo de ministros descobriu uma possível referência ao indivíduo envolvido de
alguma maneira na materialização do Livro de Urantia. Isso é
encontrado no apêndice do livro de Sadler, "The Mind at
Mischief", publicado em 1929. Diz:
"Dezoito anos de estudo e cuidadosa investigação fracassaram em
revelar a origem psíquica destas mensagens. Encontro-me neste momento,
justamente onde estava quando comecei. Psicanálise, hipnotismo e comparação
intensiva fracassaram em mostrar que as mensagens escritas ou ditadas por este
indivíduo tiveram origem em sua própria mente. Muito do material conseguido
através deste sujeito é bastante contrário a seu pensamento habitual, à maneira
em que ele foi ensinado, e a toda sua filosofia. De fato, do muito material que
conseguimos, falhamos em encontrar qualquer coisa de sua natureza existente.
Seu conteúdo filosófico é muito novo, e somos incapazes de achar onde muito
disso encontrou expressão humana". (p.
383).
Durante
a investigação do Dr. Sadler sobre este fenômeno, ele consultou homens como
Howard Thurston, o renomado artista que dedicou um tempo considerável para
desmascarar médiuns e psíquicos fraudulentos. Ele também conferenciou com Sir
Hubert Wilkens, o famoso cientista e explorador envolvido na investigação de
fenômenos psíquicos. Eles concordaram que os fenômenos relacionado com este
indivíduo não podiam ser categorizados com outros tipos de fenômenos psíquicos,
tais como escrita automática, telepatia, clarividência, transes, mediação de
espíritos ou personalidade dividida.
Em 7
de maio de 1948, nosso grupo de ministros se reuniu com o Dr. Sadler para
conversar sobre a origem do Livro de Urantia. Ele nos deu uma
listagem de papel sobre todas as formas imagináveis da mente subconsciente ou atividade
psíquica. No final da planilha, uma nota dizia "A técnica da recepção
do Livro de Urantia em inglês não é de forma alguma paralela ou incide em
nenhum dos fenômenos da consciência marginal acima mencionados". Ele
acreditava que a aparição dos escritos de Urantia estava associada a alguma
forma de atividade mental supraconsciente. Em diversas ocasiões, o Dr. Sadler
me disse que não sabia como a materialização fora consumada. Disse que quase
tudo o que se sabia acerca da origem do livro era encontrado em vários lugares
do mesmo.
Em
1939 os reveladores pediram que os líderes do Foro buscassem voluntários que
quisessem se reunir a cada quarta-feira pela tarde para estudar séria e
sistematicamente os escritos de Urantia. Setenta pessoas se ofereceram e
tornaram-se conhecidas como "Os Setenta". Os Setenta foram treinados
através de diretrizes dos reveladores e por seus próprios líderes, até o
momento da publicação do Livro de Urantia. Foi dada especial ênfase
ao processo evolutivo envolvido na aceitação da nova verdade. O perigo de
utilizar métodos de difusão indiscriminados ou revolucionários para se
apresentar a mensagem do Livro de Urantia foi frisada.
Na
preparação para a publicação do Livro de Urantia, Dr. Sadler e Bill Sadler
escreveram uma introdução. Numa sessão de contato lhes foi dito que embora suas
intenções fossem boas, aquilo não era aceitável - "uma vela
dificilmente pode iluminar o sol". No momento adequado, foram
garantidos, uma introdução seria entregue. Quando receberam o Prólogo, Dr.
Sadler percebeu totalmente a impropriedade de sua própria introdução.
Entretanto,
eles estavam autorizados a compor um "Sumário" para o livro. Bill
Sadler compilou os títulos, os cabeçalhos de seção e em várias partes do livro
esquematizou algo do material, preparando assim o "Sumário". O Dr.
Sadler e outros membros da Comissão de Contato me asseguraram que nenhum ser
humano escreveu nenhuma parte do livro. Um indivíduo, que não era membro da
Comissão de Contato, fez sugestões para "melhorar" um dos escritos e
foi vigorosamente avisado de que nenhuma adição humana ao livro seria
permitida. Toda as precauções foram tomadas para publicar a mensagem do texto
exatamente como os reveladores o haviam dado.
Após
muitos anos de estudo, eles foram autorizados a publicar o livro. Foram
alertados que ainda que muitas pessoas receberiam com agrado esta extensa
apresentação de verdade espiritual, a população como um todo não estava
preparada para isso. A Quinta Revelação Epocal foi determinada como um fenômeno
evolutivo que lentamente lançaria raízes em nossa sociedade.
Julgue pelo Conteúdo
Os
acontecimentos associados com a origem do Livro de Urantia não
têm nada a ver com sua verificação da verdade ou da qualidade. Isto cada um
deve julgar por seu conteúdo e o fruto espiritual que ele produz. A mensagem do Livro
de Urantia tem surpreendente auto-verificação e consistência
histórica-filosófica. Todavia, em última análise, o espírito interior de Deus é
a realidade fundamental que deve avaliar sua mensagem.
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