venho pensando neste ensaio há algum tempo e descobri que outros já pensaram!agradecimentos e parabenizações ao site:
www.saindodamatrix.com.br
seus organizadores mandaram bem neste ensaio,apenas alterei um pouquinho o lay-out ...
Um Mestre não se mede pelo número de seguidores, ou do que falam dele, mas sim do que ele fala e faz. No caso de Hermes, tudo o que temos é o Caibalion, mas este "livrinho" de 56 páginas é de tal profundidade e grandeza que tremo só de escrever sobre ele. O livro versa sobre os sete princípios herméticos, expostos no Caibalion, enquanto os iniciados fazem comentários sobre eles.
I. O Principio do Mentalismo
Vemos aqui uma correspondência com um dos princípios elementares da física quântica, a Superposição coerente. Mas o que é isso?
A filosofia hermética diz que "Os lábios da sabedoria estão fechados,
exceto aos ouvidos do Entendimento". Durante os milênios os
círculos esotéricos têm se pautado neste ensinamento para disseminar suas
informações. Ensinamentos eram passados de Mestre para discípulo, disfarçados
em inúmeros rituais e simbologias. Neste meio, um certo livro se destaca pelos
seus ensinamentos, que formam a base de toda a magia, de todo o universo
perceptível e imperceptível aos nossos sentidos: O
Caibalion. Escrito por quem se autodenomina Os três iniciados,
trata-se de uma compilação dos ensinamentos que (supostamente) vieram do Antigo
Egito, por meio de Hermes Trismegisto, que talvez seja o
primeiro dos Avatares a aportar neste planeta.
Transcreverei do próprio livro o texto
de apresentação de Hermes:
"Entre os Grandes Mestres do antigo Egito, existiu um que eles proclamavam como o Mestre dos Mestres. Este homem, se é que foi verdadeiramente um homem, viveu no Egito na mais remota antiguidade. Ele foi conhecido sob o nome de Hermes Trismegisto. Foi o pai da Ciência Oculta, o fundador da Astrologia, o descobridor da Alquimia. Os detalhes da sua vida se perderam devido ao imenso espaço de tempo, que é de milhares de anos, e apesar de muitos países antigos disputarem entre si a honra de ter sido a sua pátria. A data da sua existência no Egito, na sua última encarnação neste planeta, não é conhecida agora mas foi fixada nos primeiros tempos das mais remotas dinastias do Egito, muito antes do tempo de Moisés. As melhores autoridades consideram-no como contemporâneo de Abraão, e algumas tradições judaicas dizem claramente que Abraão adquiriu uma parte do seu conhecimento místico do próprio Hermes. Depois de ter passado muitos anos da sua partida deste plano de existência (a tradição afirma que viveu trezentos anos) os egípcios deificaram Hermes e fizeram dele um dos seus deuses sob o nome de Thoth. Anos depois os povos da Antiga Grécia também o deificaram com o nome de Hermes, o Deus da Sabedoria. Os egípcios reverenciaram por muitos séculos a sua memória, denominando-o o mensageiro dos Deuses, e ajuntando-lhe como distintivo o seu antigo título Trismegisto, que significa o três vezes grande, o grande entre os grandes.
"Entre os Grandes Mestres do antigo Egito, existiu um que eles proclamavam como o Mestre dos Mestres. Este homem, se é que foi verdadeiramente um homem, viveu no Egito na mais remota antiguidade. Ele foi conhecido sob o nome de Hermes Trismegisto. Foi o pai da Ciência Oculta, o fundador da Astrologia, o descobridor da Alquimia. Os detalhes da sua vida se perderam devido ao imenso espaço de tempo, que é de milhares de anos, e apesar de muitos países antigos disputarem entre si a honra de ter sido a sua pátria. A data da sua existência no Egito, na sua última encarnação neste planeta, não é conhecida agora mas foi fixada nos primeiros tempos das mais remotas dinastias do Egito, muito antes do tempo de Moisés. As melhores autoridades consideram-no como contemporâneo de Abraão, e algumas tradições judaicas dizem claramente que Abraão adquiriu uma parte do seu conhecimento místico do próprio Hermes. Depois de ter passado muitos anos da sua partida deste plano de existência (a tradição afirma que viveu trezentos anos) os egípcios deificaram Hermes e fizeram dele um dos seus deuses sob o nome de Thoth. Anos depois os povos da Antiga Grécia também o deificaram com o nome de Hermes, o Deus da Sabedoria. Os egípcios reverenciaram por muitos séculos a sua memória, denominando-o o mensageiro dos Deuses, e ajuntando-lhe como distintivo o seu antigo título Trismegisto, que significa o três vezes grande, o grande entre os grandes.
Nos primeiros tempos existiu uma
compilação de certas Doutrinas básicas do Hermetismo, transmitida de mestre a
discípulo, a qual era conhecida sob o nome de Caibalion, cuja significação exata se perdeu durante
vários séculos. Este ensinamento é, contudo, conhecido por vários homens a quem
foi transmitido dos lábios aos ouvidos, desde muitos séculos. Estes preceitos
nunca foram escritos ou impressos até chegarem ao nosso conhecimento. Eram
simplesmente uma coleção de máximas, preceitos e axiomas, não inteligíveis aos
profanos, mas que eram prontamente entendidos pelos estudantes; e além disso,
eram depois explicados e ampliados pelos Iniciados hermetistas aos seus
Neófitos."
Um Mestre não se mede pelo número de seguidores, ou do que falam dele, mas sim do que ele fala e faz. No caso de Hermes, tudo o que temos é o Caibalion, mas este "livrinho" de 56 páginas é de tal profundidade e grandeza que tremo só de escrever sobre ele. O livro versa sobre os sete princípios herméticos, expostos no Caibalion, enquanto os iniciados fazem comentários sobre eles.
Os
Princípios da Verdade são Sete; aquele que os conhece perfeitamente possui a
Chave Mágica, com a qual todas as Portas do Templo podem ser abertas
completamente.
(O Caibalion)
(O Caibalion)
São eles o Princípio do Mentalismo, da Correspondência, da
Vibração, da Polaridade, do Ritmo, da Causa e Efeito e do Gênero. Vejamos o
primeiro, transcrito do livro:
I. O Principio do Mentalismo
O
TODO é MENTE; o Universo é Mental
(O Caibalion)
(O Caibalion)
Este Princípio explica que tudo
é Mental, que O TODO é espírito, é incognoscível e indefinível em si mesmo, mas pode ser considerado
como uma mente vivente infinita e universal. Ensina também que todo
o mundo fenomenal ou universo é simplesmente uma Criação Mental do TODO,
sujeita às Leis das Coisas criadas, e que o universo, como um todo, em suas
partes ou unidades, tem sua existência na mente do TODO, em cuja Mente vivemos,
movemos e temos a nossa existência. Este Princípio, estabelecendo a Natureza
Mental do Universo, explica todos os fenômenos mentais e psíquicos que ocupam
grande parte da atenção pública, e que, sem tal explicação, seriam
ininteligíveis e desafiariam o exame científico.
Este Princípio explica a verdadeira natureza da Força, da
Energia e da Matéria, como e por que todas elas são subordinadas ao Domínio da
Mente. Um velho Mestre hermético escreveu, há muito tempo: "Aquele que
compreende a verdade da Natureza Mental do Universo está bem avançado no
Caminho do Domínio.
Vemos aqui uma correspondência com um dos princípios elementares da física quântica, a Superposição coerente. Mas o que é isso?
Quando um elétron (ou qualquer outra
partícula) é observado, ele se apresenta com propriedades físicas bem
definidas: localiza-se em um ponto preciso do espaço, em um momento
determinado, e seus atributos podem ser medidos (dentro de certos limites
estabelecidos pelo princípio da incerteza de Heisenberg). Antes da medição ser
feita, porém, essas propriedades e atributos não existem. O que existe é apenas
a probabilidade de que o elétron apresente tais e tais características, bem
como outras características opostas. Isto é, o elétron tanto pode estar no
ponto x quanto no ponto y ou no ponto z, e assim por diante, para cada um de
seus atributos (velocidade, momento angular, spin, etc.). Antes de medirmos os
elétrons, todos esses atributos encontram-se entrelaçados, e é esse
entrelaçamento que produz as ondas de probabilidade. Os físicos denominam isso
de função de onda ou superposição coerente porque,
nesse estado, todas as probabilidades do elétron se superpõem umas às outras.
Durante o ato da medição o entrelaçamento se desfaz e, dentre todos os
conjuntos de atributos possíveis ao elétron, apenas um torna-se
"real". Esse momento em que a superposição de ondas se desfaz é o
chamado colapso da função de onda. Enquanto o elétron não for
medido, ele não tem nenhuma característica concreta. É a medição que cria as
características do elétron e, assim, num certo sentido, é a minha observação
que cria o elétron. Em outras palavras, a realidade que eu percebo é criada
pela minha percepção.
Uma partícula, que pensamos ser algo sólido, existe no que
chamamos de superposição, espalhando uma onda de possíveis localizações, todas
ao mesmo tempo. E quando você olha, ela passa a estar em apenas uma das
possíveis posições. Ou seja: As coisas só se tornam constantes quando você olha
pra elas. Quando não olhamos é como uma onda, quando olhamos é como uma
partícula.
A superposição implica que uma partícula pode estar em dois ou
mais lugares ao mesmo tempo.
É um conceito muito bizarro, mas é um
dos pilares da física quântica. Essa constatação fez o renomado físico Stephen
Hawking se perguntar: A distinção (entre o real e o
imaginário) está apenas em nossas mentes?
No artigo A Revolução Quântica e a Física de Alta Energia, de
Cláudio Roberto, vemos que, na realidade, a ciência não consegue provar que uma
partícula subatômica exista antes de detectá-la, nem saber onde
ela surgirá, mas apenas dizer que há uma probabilidade de ela existir e de
aparecer em determinado local. Quatro hipóteses tentam explicar esse
"problema de medição":
A interpretação de Copenhague diz que essa probabilidade é tudo o
que podemos e o que há para saber; é algo absolutamente aleatório saber aonde a
partícula aparecerá (teoria defendida por Niels Bohr e Werner Eisenberg);
A Teoria das Variáveis Ocultas afirma que os eventos quânticos não são puramente aleatórios, mas que as partículas surgem em determinado local devido a razões ocultas que ainda iremos descobrir (defendida por Einstein, David Bohm e outros);
A Hipótese dos Muitos Mundos afirma que, quando uma partícula aparece em determinado local, todas as outras probabilidades de ocorrências acontecemem outros
Universos inteiramente diferentes. Essa hipótese, apesar de
fantástica, foi desenvolvida num estilo matemático muito sofisticado (proposta
por Everett, Wheeler e Graham);
A conexão Matéria/Mente afirma ser possível que a própria mente do observador, no ato de medir, influencie a manifestação do evento; seria a mente o fator que interferiria no aparecimento e no local do aparecimento da partícula subatômica ou até a criaria (sustentada por Eugene Paul Wigner, Jack Sarfatti, Walker e Muses).
A Teoria das Variáveis Ocultas afirma que os eventos quânticos não são puramente aleatórios, mas que as partículas surgem em determinado local devido a razões ocultas que ainda iremos descobrir (defendida por Einstein, David Bohm e outros);
A Hipótese dos Muitos Mundos afirma que, quando uma partícula aparece em determinado local, todas as outras probabilidades de ocorrências acontecem
A conexão Matéria/Mente afirma ser possível que a própria mente do observador, no ato de medir, influencie a manifestação do evento; seria a mente o fator que interferiria no aparecimento e no local do aparecimento da partícula subatômica ou até a criaria (sustentada por Eugene Paul Wigner, Jack Sarfatti, Walker e Muses).
Einstein, que defendia a segunda teoria, sobre a primeira
esbravejou: "Deus não joga dados com o Universo!". A imprevisibilidade
quântica era demais para ele aceitar, embora Bohr e outros, usando as próprias
teorias de Einstein, explicassem todas as suas objeções. A disputa entre as
duas primeiras teorias significava provar se a mecânica quântica era
imprevisível ou determinada, e as duas últimas deixavam transparecer que, se a
primeira fosse correta, a minha mente teria a capacidade de escolher o meu
destino, dentre todas as probabilidades existentes (livre-arbítrio). Até agora
a ciência vem comprovando (com sucesso) a primeira teoria.
No filme What the bleep do we know vemos o físico Amit Goswami explicar: "O
mundo tem várias formas de realidade em potencial, até você escolher. Mas, como
um objeto pode ter dois estados ao mesmo tempo? Em vez de pensarmos nas coisas
como possibilidades, temos o hábito de pensar que as coisas que nos cercam já
são objetos que existem sem a minha contribuição, sem a minha escolha. Você
precisa banir essa forma de pensar, tem que reconhecer que até o mundo material
que nos cerca - as cadeiras, as mesas, as salas, os tapetes - não são nada além
de possíveis movimentos da consciência, e estou a todo tempo escolhendo
momentos nesses movimentos para manifestar minha experiência atual.
É algo radical que precisamos compreender, mas é muito difícil,
pois achamos que o mundo já existe independente da minha experiência. Mas não é
assim, e a física quântica é bem clara. O próprio Eisenberg, depois da descoberta da
física quântica, disse que os átomos não são objetos, são tendências. Em vez de
pensar em objetos, você deve pensar em possibilidades.
Tudo é possibilidade
subconscientemente.
Mas falar de partículas não ajuda
muito a explicar as conseqüências da física quântica, portanto vamos procurar
uma representação mais fácil de lidar, que encontrei num artigo da Scientifc American: Pega-se uma
carta de baralho com a borda perfeitamente afiada e tenta-se equilibrá-la sobre
a borda em cima de uma mesa. De acordo com a física clássica, a carta
permanecerá, em princípio, equilibrada para sempre. Já de acordo com a física
quântica (função de onda de Schrödinger), a carta cairá em poucos segundos,
mesmo que se faça o máximo para equilibrá-la - e cairá simultaneamente para os dois
lados, direito e esquerdo. Quando se põe em prática esse experimento com
uma carta verdadeira, conclui-se que a física clássica está errada: a carta cai
mesmo. Mas o que se vê é que ela cai para a direita ou para a esquerda,
aparentemente ao acaso, e nunca para a direita e para a esquerda ao mesmo
tempo, como a equação de Schrödinger quer nos fazer acreditar. Essa contradição
enganosa é o próprio cerne de um dos mistérios mais originais e duradouros da
mecânica quântica.
Mundos
múltiplos
Em meados dos anos 50, americano Hugh
Everet III, então estudante da Universidade de Princeton, decidiu rever o
postulado do colapso em sua tese de doutoramento. Ele levou a idéia quântica
até o limite, com a seguinte pergunta: "O que aconteceria se a evolução
temporal do universo inteiro fosse sempre unitária?" Neste cenário, a
função de onda evolui de forma determinista, não deixando nenhum lugar para o
misterioso colapso não-unitário ou para Deus jogar seus dados. Neste
caso, a nossa carta de baralho quântica estaria de fato em dois lugares ao
mesmo tempo. Mais ainda: a pessoa que estivesse olhando para a carta entraria
numa superposição de dois estados mentais diferentes, cada qual percebendo um
dos resultados. Se apostasse dinheiro no palpite de que a carta cairia com a
face voltada para cima, acabaria numa superposição de sorriso e cara fechada,
pois ganharia e perderia a aposta simultaneamente.
Everett intuiu brilhantemente que os observadores desse determinista (mas esquizofrênico) mundo quântico poderiam perceber a velha e boa realidade com a qual estamos familiarizados. Mais importante: eles perceberiam uma aparente casualidade, que obedeceria a regras probabilísticas perfeitamente definidas. O ponto de vista de Everett ficou conhecido como a interpretação dos mundos múltiplos da mecânica quântica, porque cada componente da superposição que constitui um observador reconhece ou percebe o seu próprio mundo. Ao remover o postulado do colapso quântico, esse ponto de vista simplifica a teoria subjacente. Mas o preço que se paga pela simplicidade é a conclusão de que essas percepções paralelas da realidade são igualmente reais.
Everett intuiu brilhantemente que os observadores desse determinista (mas esquizofrênico) mundo quântico poderiam perceber a velha e boa realidade com a qual estamos familiarizados. Mais importante: eles perceberiam uma aparente casualidade, que obedeceria a regras probabilísticas perfeitamente definidas. O ponto de vista de Everett ficou conhecido como a interpretação dos mundos múltiplos da mecânica quântica, porque cada componente da superposição que constitui um observador reconhece ou percebe o seu próprio mundo. Ao remover o postulado do colapso quântico, esse ponto de vista simplifica a teoria subjacente. Mas o preço que se paga pela simplicidade é a conclusão de que essas percepções paralelas da realidade são igualmente reais.
O trabalho de Everett foi ignorado por quase duas décadas.
Muitos físicos confiavam que haveria de surgir uma teoria fundamental que
mostrasse que o mundo era, afinal de contas, clássico em certo sentido, sem
esquisitices do tipo "um corpo poder ocupar dois lugares ao mesmo
tempo". Mas toda uma série de novos experimentos iria pôr fim àquela
expectativa. O experimento de "escolha retardada", proposto por Max
Tegmark e John Archibald Wheeler, demonstrou mais uma característica quântica
da realidade que desafia as descrições clássicas: não apenas um fóton pode
estar em dois lugares ao mesmo tempo, como também o experimentador pode
escolher, depois do acontecimento, se o fóton estava em dois lugares ou somente
em um. Em
resumo, o veredicto da experiência é: a esquisitice do mundo quântico é real,
gostemos disso ou não.
Ainda no filme What the bleep...,
vemos Jeffrey Satinover falar sobre isso: "Agora você
pode ver em inúmeros laboratórios pelos EUA objetos que são suficientemente
grandes para serem vistos a olho nu e que estão em dois lugares
simultaneamente. Pode-se até tirar uma foto disto! Suponho que se você
mostrasse essa foto, as pessoas diriam 'Legal, posso ver essa luz
colorida, um pouco ali, um pouco aqui... é a foto de dois pontinhos, o que tem
demais? Estou vendo duas coisas.' Não! É uma coisa só em dois
lugares ao mesmo tempo. Acho que as pessoas não se impressionariam, pois acho
que elas não acreditam. Não que digam que sou um mentiroso, ou que os
cientistas estão confusos. Acho que é tão misterioso que não dá para
compreender o quão fantástico é. Todos viram Jornada nas Estrelas e o
teletransporte, então se perguntam 'Mas e daí, o que isso quer
dizer?' Mas temos que parar e pensar no que isso realmente
significa. É o mesmo objeto e ele está em dois lugares ao mesmo tempo!"
Voltando ao artigo da Scientific American,
vemos que o trabalho de Everett deixou uma pergunta crucial: se o mundo real
tem superposições macroscópicas tão bizarras, por que não as percebemos? A
resposta veio em 1970, por meio de um artigo de Heinz Dieter Zeh, da
Universidade de Heidelberg, Alemanha. Ele mostrou que a equação de Schrödinger
dá origem ao efeito de não-coerência. Nossa carta quântica derrubada
está sempre recebendo o impacto de enxeridos fótons e moléculas de ar, que
podem comprovar se a carta caiu para a direita ou para a esquerda, destruindo
dessa forma a superposição e tornando-a inobservável.
Ou seja, o mundo está sempre
contribuindo para que permaneçamos na ilusão de que as coisas são
"normais", ou seja, que a carta vai cair com apenas um dos lados pra
cima, mais ou menos como os agentes da Matrix garantem que os humanos
permaneçam na ignorância (como no fim do episódio da casa mal-assombrada em Animatrix). Qualquer
semelhança com a teoria de Maya dos budistas não é mera coincidência.
É como se o ambiente desempenhasse o papel de observador,
causando o colapso da função de onda (uma simples molécula de ar sendo o
suficiente). Para todos os fins práticos, essa minúscula interação muda a
superposição para a situação clássica num abrir e fechar de olhos. Mas, como
pode um fóton desempenhar a função de "observador"? Não requer uma
"consciência", um "julgamento", pra interferir na
realidade? Então o fóton TAMBÉM é parte da consciência?! E lá vamos nós de
volta ao budismo, onde tudo, tudo MESMO, é vivo e possui consciência.