meu primeiro ensaio e postagem para o blog parceiro http://penseforadacaixa.com/ em agosto de 2013
Beethoven e Arnold Schoenberg, cada um
em sua respectiva época, passaram por momentos semelhantes: depois de iniciarem
suas carreiras respeitando os modelos musicais vigentes, partiram para uma
jornada de implosão e explosão. E trazendo novidades inquietantes.
As primeiras obras de Beethoven, podem
ser facilmente confundidas com a de algum grande expoente do período clássico, a
exemplo de Haydn e Mozart. É verdade que nelas já existiam pequenos detalhes
que fariam do compositor um inovador. Mas são suas obras tardias, como a nona
sinfonia, as sonatas para piano e principalmente os últimos quartetos para
cordas, que avançam e saltam no tempo. Parece que ele ignora todo o nascente
período romântico do século XIX e finca bandeira no começo do século XX , tamanha
é sua alucinação visionária. É como se ele estivesse dando um “hello” a Schoenberg
que ainda nem havia nascido na época de suas últimas obras. Beethoven não é
clássico e nem romântico, é atemporal e soube levar a música tonal a seus
limites. Com sua morte, ficamos a nos deslumbrar com os românticos Mahler, Brahms,
Chopin entre tantos outros deste período.
Mas nasce Schoenberg. E como Beethoven,
surge bem engajado em seu momento musical, o romantismo tardio. Momento este
que já apresentava muitas “notas estranhas e discordantes”.
Para entender a quebradeira que Schoenberg
propôs, recorro a uma visão e comparação: imagine que a escala de Mi Menor seja
um reinado. O rei “Mi”costuma a todo segundo sair de seu castelo e visitar seu vasto
império “Menor” mas mantém sua segurança sempre retornando ao castelo. Assim
funciona o sistema tonal, por mais que o compositor enrole e crie tensões, sentimos
que a música irá descansar em seu centro tonal. Já o mundo maduro de Schoenberg
é diferente: não há reis, castelos ou impérios...apenas plebeus igualitários
eternamente circulando por subúrbios, florestas escuras e tenebrosas. E sem
retorno pois não houve uma partida! Nascia então o sistema atonal e
dodecafônico.
É bonito, é gostoso de se ouvir? Alguém
agüenta ouvir duas vezes Pierrot Lunaire, sua obra mais famosa? Minha resposta
para todas é não! Todo o pensamento revolucionário de Schoenberg no começo do
século XX é como uma masturbação mental, um porre. Mas está de acordo com as
tribulações do mundo moderno e suas desilusões.
Os dois músicos marcaram a música
erudita de tal forma que hoje em dia sobrou pouco espaço para inovações. Talvez
a maior novidade de nosso tempo tenha sido a alquimia dos eruditos com as
imagens encontradas no cinema.
Interesting Ricardo ...
ResponderExcluirHave a great weekend.
Hoje em dia não sei de música inovadora.
ResponderExcluirTudo que é retro ou vintage é que é tendência.
Precisamos de revoluções ou algo assim porque este marasmo não é próprio do crescimento, da evolução que é suposta.
Para além do mais gosto muito de música clássica, jazz e alguma dita comercial.
Basta que nos toque as cordas do coração ou da mente.
Beijo
Aprendi a gostar de música clássica com o meu sogro. As mais "pesadas" ele chamava de "bolachas", não sei porquê. Então, aos domingos, era bolacha pra todo lado rs...
ResponderExcluirRicardo, vou conferir o que você disse.
Beijo!
...que eu me lembre, "bolachas" eram os primeiros formatos de disco, muito espessos e pesados, coisa que foi mudando com o tempo...
Excluirmeu pai tinha alguns assim rs...
Olá, Boa noite, Ricardo
ResponderExcluirverdade, homens como Beethoven e Arnold Schoenberg e seu serialismo dodecafônico, são atemporais, não se intimidam. Nascem prontos e suas "obras" avançam e saltam no tempo.Feliz daquele que consegue sentir a própria alma, ouvindo!
Gostei da explicação do funcionamento do sistema tonal!
Obrigado pela visita,belos dias, abraços!
Ricardo, aprendi a gostar dos clássicos com meu pai e segui com meu marido. Temos aqui em casa um arsenal de clássicos. Na minha primeira gravidez escutava todos os dias os Noturnos de Chopin, Vivaldi, Beethoven, Schubert (com sua lindíssima Ave Maria) e muitos outros. Me tranquilizava. E meu nome meu pai escolheu da conhecida 'Meditação de Thais'. Adoro os clássicos, as músicas instrumentais, MPB, tango e algumas internacionais nas vozes consagradas de décadas atrás. Musicas de hoje... não quero falar, não gosto de ofender ninguém de graça. Só sinto que vivemos numa pobreza franciscana... Gostei da sua explicação, obrigada!
ResponderExcluirDesculpe, houve um erro acima de repetição.
bjus!!
Lindo ensaio,belo ema. Gosto de clássicos e de todas as músicas que me emocionam,,,E, claro,que nessas não estão incluídas as com 3 palavras que se repetem até o final,rs..
ResponderExcluirabraço praiano,chica
Muy interesante tu ensayo Ricardo. A mi me gustan y admiro mucho a los clásicos, sobre todo a Beethoven, que a pesar de su problema de sordera consiguió ser un grande en la música. Un abrazo
ResponderExcluirFiquei fascinada com este ensaio, e suas considerações, em relação à música destes dois gigantes autores musicais, e concordo consigo "hoje em dia, sobrou pouco espaço para inovações"
ResponderExcluirExcelente post, Ricardo! Adorei.
Abraço.
Ana
Adoro música, um pouco de todos os géneros, à excepção de tecno, mas de facto não entendo nada de música.
ResponderExcluirA música clássica, aprendi a conhecer e a gostar com o tempo, já que na minha infância esse tipo de de música não era visita lá em casa. E se Beethoven é, quanto a mim, um génio, ( a surdez e o relativo isolamento que essa deficiência lhe provocou, decerto contribuiu para a extrema pujança da sua produção musical, como que um amplificador das emoções), já de Schoenberg pouco conheço, talvez porque outros nomes se tivessem feito mais presentes,e esse será um compositor que terei que rever.
Acho que a inovação acontece, embora a própria inovação precise de tempo para se fazer presente, e de divulgação. Não sei....existe um compositor português, Emmanuel Nunes, falecido há poucos anos, que tem quanto a mim, leiga na matéria, composições verdadeiramente inovadoras.
Eis um exemplo: Das Märchen. A partir de "The Fairy Tale of the Gren Snake and the Beautiful Lily"
https://www.youtube.com/watch?v=_BKAgfsLllo
Depois, é tudo uma questão de gosto. ;-))
Belo post! Bom domingo, Ricardo.
xx
Oi Ricardo querido
ResponderExcluirTambém gostei muito dos ensaios...
Passando para deixar um abraço e desejar uma semana cheia de paz para todos nós.
Beijos
Ani
creo que cualquier persona amante de la música, sabe apreciar estos clásicos
ResponderExcluirabrazos
Olá meu amigo Ricardo! Estou de volta ao mundo dos blogs! E que maravilha voltar e me deparar com o seu ensaio sobre a genialidade de grandes nomes da cultura mundial!
ResponderExcluirAbraço grande!
Oi, Ricardo tuo bem, gostaria de enviar um e-mail particular para você, meu e-mail é dharmadhannya@gmail.com voce poderia entrar em contato é urgente dharmadhannya grata
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